Obstrução pós-obra: tudo o que você deve saber sobre o assunto

Reformas e construções seguem um padrão: o lugar fica um caos antes de finalmente se tornar o paraíso dos sonhos. Acontece que nem sempre esse resultado é entregue como deveria, e os donos recebem o imóvel com um problema sério: a obstrução pós-obra.

Depois da entrega de uma obra, normalmente é feita uma vistoria. Antes dela vem a limpeza pós-obra, que é um dos primeiros passos depois do fim da construção. Ela acontece não só por causa da aparência do imóvel, mas para a construtora avaliar a qualidade do serviço final.

Isso é muito importante para descobrir se existe algum vício de construção ou defeito de execução, como falhas no acabamento ou itens quebrados — coisas muito comuns em obras. Por isso, é preciso retirar todo tipo de entulho pós-obra aparente ou escondido do imóvel, incluindo: cimento, concreto, tinta, gesso, plástico, rejunte, areia etc.

Para saber mais sobre o problema da obstrução pós-obra e a importância da limpeza, confira o texto a seguir. Ele traz detalhes muito importantes que vão facilitar bastante a sua vida!

1. O que é obstrução pós-obra?

Uma reforma em si, seja em casa ou na empresa, já pode ser muito estressante. A movimentação de material, ficar temporariamente em outro lugar, ter que lidar com empreiteiro, cobrar cumprimento de prazos, passar por imprevistos e gastos extras: tudo isso costuma fazer das obras um terror para os donos de imóveis.

Mas esses são males necessários se você quer ter melhorias no seu imóvel. O que pega muita gente de surpresa são os problemas que aparecem depois. Quem imagina que aquele vazamento que apareceu no Natal é resultado de um cano entupido após a obra que foi realizada no começo do ano?

Só quando a empresa desentupidora encontra a causa do problema é que você recebe a informação de que havia rejeitos de obra impedindo a passagem da água ou do esgoto. O cano estava cheio de areia, cimento, pedaços de piso ou restos de madeira.

Quanto mais o tempo leva para o dono do imóvel perceber o problema depois da obra, mais grave ele pode ficar. Porque em cima dos rejeitos vão se acumulando outros detritos do esgoto, e o entupimento vai se agravando.

Para piorar, muita gente tenta correr para resolver o problema imediatamente, por conta própria, sem analisar a situação da tubulação, e pode piorar tudo. Os rejeitos de obra não são materiais orgânicos como os detritos que vêm da cozinha ou do banheiro. Nem adianta tentar jogar os velhos produtos químicos no encanamento, pois eles só vão danificar sua tubulação e trazer riscos para sua família.

Além disso, quando entrarem em contato com a umidade, esses rejeitos vão se solidificando, formando um bloco espesso e difícil de mover. Às vezes, a situação fica tão grave que só se resolve com a troca do cano entupido. No fim das contas, procurar soluções fáceis vai fazer com que você perca mais tempo e dinheiro.

Por isso, as duas melhores medidas para tomar e evitar esse tipo de dor de cabeça são a prevenção (protegendo as entradas dos encanamentos durante as obras) e a realização de uma boa e completa limpeza pós-obra.

2. Por que é importante fazer uma limpeza?

Evitar que a obstrução pós-obra permaneça é importante e evita dores de cabeça maiores tanto para os proprietários quanto para as empreiteiras. Como explicamos, a complicação causada por um problema de entupimento por rejeitos de construção é muito grave.

A limpeza pós-obra é extremamente importante para proteção do dono do imóvel porque evita surpresas. Da mesma forma, protege a construtora ou empreiteira, pois conforme o Código de Defesa do Consumidor, defeitos que sejam consequências da obra são de responsabilidade do construtor, e o prazo de garantia começa a contar do momento em que são descobertos quando se tratam de vícios ocultos (aqueles que não são fáceis de detectar).

Por isso, nas entregas de obras é padrão que seja feita a vistoria, que vai garantir a conformidade com as normas vigentes e com tudo que está firmado em contrato. Essa vistoria é uma avaliação visual que segue normas técnicas, periciais e de engenharia, realizada por um profissional qualificado e habilitado pelo CREA. Ela é acompanhada de registros fotográficos e descrição por escrito.

As partes que apresentam maior risco de problemas devem ser examinas com mais cuidado, incluindo o sistema estrutural, o hidráulico e o elétrico, pois são elas que garantem a estabilidade e a segurança da construção. A limpeza pós-obra evita que sejam encontrados problemas na vistoria. Caso eles existam, são de responsabilidade da construtora.

Por isso, a limpeza deve ser feita com o máximo de cuidado e prudência, para resolver qualquer problema de obstrução e ainda evitar danos nos acabamentos. Imagine o trabalho que dá retirar quilos de restos de concreto, cimento, pedaços e pó de gesso, tinta, cola e pedras.

Diferentemente da limpeza comum, aquela realizada depois de obras tem outras preocupações. Como o imóvel está com acabamentos novos, é preciso tirar sujeiras, respingos e excessos de rejunte sem causar danos à pintura ou arranhar o piso, por exemplo.

Por outro lado, para o cliente que vai receber o imóvel, a limpeza faz toda a diferença entre a percepção da qualidade da obra: imagine que você pagou por um apartamento novo, com móveis planejados e em piso de primeira qualidade.

Se sua primeira impressão é a de que as paredes estão manchadas, o piso arranhado e os móveis com manchas de tinta, com certeza vai sentir como se tivesse recebido um balde de água fria na cabeça, concorda? Isso vai comprometer completamente a sua visão sobre o trabalho dos arquitetos, engenheiros e da construtora, por melhor que seja o material e a qualidade da edificação.

Então, o ideal é que esse serviço seja feito por equipes profissionais, que tenham experiência na área, e com o máximo de cuidado e detalhamento. E vale lembrar que há três tipos de limpeza:

  • grossa: antes da entrada dos pintores e assentadores, para retirar restos de argamassa, concreto e materiais mais pesados;
  • fina: depois da primeira demão de pintura, para retirar o pó que veio do lixamento das paredes, pois ele esconde imperfeições que precisam ser vistas antes de finalizar o acabamento;
  • final: depois da pintura ou na execução do piso, quando for concluída a aplicação dos rejuntes.

3. Como avaliar o estado das tubulações?

Detectar um cano entupido no dia a dia é relativamente fácil: basta ele dar os primeiros sinais de problemas. A água que demora a escoar pelo ralo, um cheiro que retorna na cozinha. Mas perceber isso assim que receber um imóvel depois da obra é diferente.

Portanto, a verificação profissional é a melhor saída. Os métodos usados pelas empresas que fazem esse serviço geralmente são dois: a filmagem da tubulação e o caça-vazamentos.

Filmagem da tubulação

Esse procedimento é feito usando uma câmera de vídeo-inspeção. Ela é inserida dentro da tubulação e faz uma filmagem do interior. Com isso, é possível ver os restos de construção (caso existam) e saber onde eles estão.

A filmagem da tubulação é excelente porque dá uma noção exata do estado da tubulação. Ela detecta não somente os detritos da construção, mas ainda permite avaliar se houve danos aos encanamentos, como rachaduras.

Caça-vazamentos

O serviço de caça-vazamentos é feito com um aparelho que lembra um ultrassom. Ele detecta vazamentos subterrâneos ou ocultos, ajudando a encontrar locais de vazamentos que não são perceptíveis superficialmente.

Um microfone de alta sensibilidade detecta barulhos e vibrações causados por vazamentos em uma distância de até 1,5m de profundidade. A única limitação é que esse serviço só funciona em redes pressurizadas, não sendo útil para detectar o problema em redes comuns. Em indústrias e empresas, é muito útil para uma verificação durante a limpeza pós-obra, pois quando há alguma obstrução, pode ser que a água acumulada comece a vazar em outro ponto do encanamento.

4. Quais os tipos de obstrução pós-obra?

Uma obra envolve diversos tipos de materiais, e a maioria deles pode causar obstruções nas redes hidráulicas e de esgoto. Dê atenção ao fato de que a maioria desses itens é tóxica ao organismo, portanto, nas tubulações, podem trazer riscos à saúde dos moradores e usuários do prédio, caso gerem contaminação.

Confira, a seguir, os principais materiais que provocam esse tipo de problema.

1. O cimento/concreto (argamassa)

Um cano de esgoto com cimento é muito mais comum do que se imagina. Isso porque sempre caem pedaços de cimento do reboco, das lajes e afins durante a construção. Às vezes, eles simplesmente escorrem pelo chão na lavagem das ferramentas depois de um dia de trabalho.

A mistura da água com a areia e o aglomerante em pó — que compramos em sacos — é o que forma o cimento usado nas construções, que normalmente chamamos de argamassa. Ele obstrui os canos tanto no estado sólido, se formar blocos, quanto no estado líquido, se estiver misturado com água e outros materiais.

Assim, forma crostas dentro da tubulação e, a longo prazo, podem causar entupimentos, vazamentos e outros problemas maiores.

2. O gesso

O gesso está presente nas obras principalmente quando se trata de construir forros e divisórias. Seus pedaços, restos que vêm das ferramentas lavadas ou o pó resultante dos cortes podem se acumular nas tubulações e causar entupimento nos canos, assim como o cimento.

3. As tintas e os vernizes

Existem diferentes tipos de tintas usadas nas reformas e construções, tanto para tetos quanto para janelas, paredes, móveis, grades etc. Além delas, é comum haver vernizes, pois eles são aplicados sobre tintas, móveis, portas e janelas, como conservante e revitalizador, para dar um acabamento mais refinado e proteger contra desgastes.

Esses tipos de líquidos são mais densos e têm cheiro forte. É preciso ter cuidado especial com a passagem de tintas e vernizes para a tubulação pois elas se solidificam no interior e são, muitas vezes, bem difíceis de retirar.

4. O rejunte

O rejunte é um tipo de argamassa usada normalmente nos revestimentos de piso, para preencher os espaços entre as placas de cerâmica ou porcelanato. Quando ele é aplicado, sempre existe a necessidade de retirar o excesso. E a limpeza das sobras desse material, muitas vezes, precisa de um tipo de produto específico.

Assim, existe um alto nível de risco ao encanamento se o material retirado nessa limpeza não for descartado da forma correta, pois caso vá parar nas tubulações, ele pode se solidificar e causar danos.

5. Os plásticos

É muito comum que vários itens venham envolvidos em sacos, plásticos-filmes, plástico-bolha etc. Quando esse material é jogado no chão e acaba misturado aos restos de construção, é levado para as tubulações e causa muitos problemas.

Os plásticos também são inorgânicos, demoram séculos para se decompor e atrapalham muito o fluxo da água, além de funcionarem como uma rede, retendo as sujeiras e detritos que passarem pelos canos. Por isso, eles podem ser altamente prejudiciais para o sistema hidráulico.

O ideal é que todo plástico, sempre que for retirado, seja jogado diretamente na lixeira. Essa é uma forma de prevenção que evita problemas com entupimento por plástico depois.

6. A areia

A areia tem bastante utilidade na construção civil, e uma das principais é fazer a argamassa, junto do cimento. Quando ela atinge os canos, principalmente em grande quantidade, pode ser mais um elemento para entupir as tubulações e impedir a passagem da água.

Se a quantidade for pouca e ela não tiver misturada com outros itens (como cimento, pedaços de gesso, plástico etc.), fica mais fácil passar pelos canos e ser levada sem muitos problemas. O agravante é que quase sempre, ela não chega aos canos sozinha, e acaba se tornando mais um empecilho para a água passar.

7. O Entulho

Sabe todos aqueles pedaços de cerâmica, britas, restos de reboco, paredes, tijolos quebrados e restos de construção sólidos que sobram quando um prédio é demolido ou até mesmo na construção de um novo? Aquilo é o que se chama normalmente de entulho. Basicamente, é lixo de construção.

Quando ficam amontoados fora das casas, causam problemas para a população em geral por prejudicarem o trânsito dos veículos e dos pedestres. Nas ruas, elas podem ir parar nas redes de drenagem pluvial e, nas casas, entrar nos canos de água e esgoto, gerando vários problemas.

Como são materiais muito pesados, os restos que compõem o entulho danificam os encanamentos fisicamente, causando fissuras, rachaduras ou até quebrando mesmo alguma parte do cano.

Por isso, a ação correta é manter uma caçamba disponível no lugar, para receber os entulhos e depois, fazer o descarte correto.

8. O solo escavado

Por fim, vamos lembrar também do solo escavado que é comum nas construções completas — aquelas que começam desde as fundações. O preparo dos alicerces exige escavação do solo em vários pontos. Nesses casos, a terra retirada para lançar as bases é tratada como lixo orgânico e precisa ter o descarte correto.

Nesse solo escavado, existem outras coisas diferentes dos materiais de obras. Aqui estão restos de plantas, minérios e até formas de vida, como as minhocas. Caso a terra caia em tubulações, ela pode provocar entupimentos sérios, pois é um material pesado que, caso se misture à água, vai virar uma lama que pode se solidificar nas paredes do encanamento.

Todos esses itens têm potencial de obstrução dos canos, mas é preciso dar mais atenção às curvas, pois é lá que o acúmulo de sobras de construção pode ter efeito pior e bloquear totalmente a passagem da água.

O ideal é tratar as obstruções pós-obra de forma preventiva, fazendo a verificação do estado das tubulações para garantir que elas estão livres de obstáculos.

5. Quais as consequências de não fazer uma boa limpeza pós-obra?

Primeiramente, cabe lembrar que os resíduos da construção civil são diferentes e pedem um tipo de remoção específico. Isso quer dizer que produtos e materiais são diferentes para cada caso, com equipamentos de segurança distintos também, especialmente se estivermos falando de resíduos químicos.

Se não for feita uma boa limpeza pós-obra, a construção pode sofrer as consequências, pois existe risco de avarias. Não investir nesse aspecto sujeita a construtora ou empreiteira a dois problemas principais:

  • reprova de vistoria: os itens podem ficar em desacordo com o que está estabelecido em contrato, e a obra não será aceita pelo cliente;
  • responsabilização por vícios ocultos: problemas que surgirem tempos depois, decorrentes de vícios de construção ocultos (como entupimentos causados por restos de construção) serão de responsabilidade da construtora, com todas as consequências que tiverem gerado.

Assim, como diz o ditado: é melhor prevenir. Por falar nisso, cabe lembrar que planejamento não faz mal a ninguém. A limpeza da obra não começa no final: ainda durante a execução, os profissionais podem ser orientados a fazerem limpezas periódicas, descartando a sujeira mais pesada e facilitando a limpeza maior, ao final da obra. Assim, quanto mais cuidadosa e planejada ela for, mais eficiente será o resultado.

E já que, como dissemos, uma construção precisa passar por processos de aceite antes da entrega das chaves, é importante entender que a limpeza pós-obra faz toda a diferença na aceitação da vistoria do imóvel por exemplo. Não se trata apenas de estética, mas da verificação real da qualidade dos serviços e que impacta diretamente a satisfação dos clientes.

6. Por que contratar uma empresa especializada?

Essa pergunta poderia ser respondida com outra mais simples: você já tentou desentupir cano com cimento? A tarefa, por si só, não é nada fácil. É muito mais trabalhosa que uma limpeza comum.

Outro ponto que merece atenção é que os detritos são itens difíceis de remover. Eles vão exigir produtos específicos que, dependendo do tipo de superfície, podem danificar os acabamentos. O alumínio, por exemplo, não pode receber produtos de limpeza que tenham cloro em sua composição.

De modo geral, os químicos usados na limpeza são de três tipos: neutros, ácidos ou alcalinos. Os neutros são os mais confiáveis e não causam danos às diferentes superfícies onde são aplicados, mas não têm eficiência contra todo tipo de sujeira. Eles são mais úteis na limpeza diária e na manutenção fácil, que remove, por exemplo, poeira e pó de gesso.

Os métodos e equipamentos precisam ser adequados para cada finalidade. Por exemplo, graxa, cola, vaselina, tintas acrílicas são retiradas com produtos alcalinos, como detergentes concentrados e desengordurantes. Já areia, terra, cimento e gesso devem ser removidos com produtos ácidos — que, por sinal, danificam superfícies muito facilmente.

E, fora isso, os métodos e os equipamentos também precisam ser adequados a cada finalidade. Os funcionários precisam usar luvas, máscaras e, às vezes, lavadoras de alta pressão. Claro, sem falar de:

  • panos de limpeza diversos;
  • vassouras de cerdas suaves e de cerdas duras;
  • escovas de limpeza;
  • detergente neutro;
  • produtos para limpeza de vidros;
  • álcool líquido e em gel;
  • espátulas, esponjas e aspiradores;
  • baldes, escadas e rodos etc.

O custo de adquirir todo esse material para realizar a limpeza por conta própria e ainda não ter garantia de que ela deixará o imóvel em plenas condições de ser aprovado em uma vistoria de entrega ou eliminará problemas de obstrução pós-obra que estejam escondidos dentro das tubulações.

É muito mais seguro optar por uma empresa especializada no assunto que:

  • garantirá eficácia na atividade, pois quem tem expertise gastará muito menos que pessoas pouco habituadas ao processo de limpeza. Empresas voltadas para o setor já atuam buscando formas de reduzir custos e economizar, evitando desperdício;
  • utilizará materiais, equipamentos e produtos específicos, eliminando os riscos de danos ao acabamento, rachaduras, fissuras ou quebra das tubulações, o que geraria necessidade de refazer partes da obra e, quem sabe, quebrar pisos ou parede;
  • trará uma equipe especializada e experiente no assunto, pois as melhores empresas investem constantemente em treinamento, atualização e capacitação das suas equipes, já que a sua permanência no mercado depende da satisfação de seus clientes.

Acrescentando ainda que, de acordo com a NRB 15575 — Norma que trata da habitabilidade das edificações — quem faz a limpeza deve sempre procurar problemas, especialmente aqueles ligados ao desempenho térmico e acústico.

Portanto, não corra nenhum risco com obstrução pós-obra: sempre garanta que a limpeza seja feita de forma preventiva durante todo o andamento da construção e, por fim, contrate uma empresa de confiança para realizar a limpeza até a vistoria de entrega!

Gostou de saber mais a respeito do assunto? Caso esteja com problemas de entupimento no pós obra, entre em contato com nossa equipe e solicite um orçamento para desobstrução.

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