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Estação de tratamento (ETE): tudo o que você precisa saber

A água presente no meio ambiente é algo valioso para o equilíbrio da natureza. Ela está presente no cotidiano de todas as pessoas. Isso acontece desde o momento de lavar as mãos, tomar banho, lavar roupas, louças e usar o banheiro. Todas essas ações são essenciais e todo o líquido que é descartado neste uso é chamado esgoto.

Dessa forma, o saneamento básico, principalmente as estações de tratamento de efluentes, é fundamental para garantir que as águas voltem à natureza sem contaminação, contribuindo para prevenir doenças, promover a saúde e melhorar a qualidade de vida de toda a sociedade.

Nesse post falaremos a respeito da estação de tratamento de esgoto (ETE). Descubra os detalhes a respeito!

O que é estação de tratamento de esgoto?

As águas residuais consistem no líquido que mudou suas propriedades naturais, isso acontece após o uso, tornando-a inutilizável. As águas de esgoto podem se originar nas casas, ou seja, de origem doméstica, e são produzidas por meio do uso da água nas atividades diárias, como lavagem de roupas e louça, limpeza de quartos, banho e descarga do banheiro.

A água que escoa pelos esgotos de estabelecimentos comerciais e indústrias também cai na rede coletora de esgoto e precisa ser transportada para a realização do tratamento adequado, isso é feito através de tubulações.

O objetivo desse processo de tratamento de esgoto é feito retirando os poluentes da água já utilizada pelos moradores, devolvendo-a aos em boas condições, seguindo os padrões solicitados pelos órgãos ambientais.

Para isso, é criado um sistema de proteção ambiental ou uma estação de tratamento de águas de esgoto. Nesse ambiente, os efluentes passam por múltiplos processos, como físicos, químicos e biológicos, que fazem a remoção efetiva dos contaminantes.

De forma geral, podemos o foco do tratamento de esgotos é auxiliar na saúde da população ao redor, ajudando na preservação do meio ambiente, em especial, garantir a qualidade da água de rios, lagos, mares e até em reservatórios subterrâneos.

Esse processo é primordial para assegurar a manutenção da sustentabilidade deste recurso finito, pois todo ser vivo depende dele, bem como para proporcionar melhores condições de vida às populações.

Como surgiu a estação de tratamento no Brasil?

A chegada da família real portuguesa em 1808 ajudou a difundir a cultura no Brasil. A cultura europeia já se preocupava com a saúde pública e higiene e saneamento básico. Assim, foi criado o cargo destinado ao controle da saúde. Esse funcionário tinha a função de fiscalizar os navios que chegavam, controlando a armazenagem de mantimentos e alimentos, por exemplo.

Como evoluiu com os anos?

A função desse funcionário era evitar a propagação das doenças entre as pessoas. Dessa forma, em 1850, foi criado o Conselho de Saneamento Público para unificar os serviços de saúde imperiais. Consequentemente, nesse período, foram realizadas primeiras medidas sanitárias no Brasil.

No século XIX, a limpeza de casas e esgotos pluviais de esgoto consistia em duas redes separadas. Uma rede para águas pluviais e outra para resíduos domésticos, além da água da chuva de gramados e telhados.

Em 1864 houve o começo da utilização das estações de tratamento de esgoto no país, no momento eram feitas em grandes de tanques de ferros, as aberturas consistiam em barras, onde era depositado o esgoto sanitário da comunidade.

A limpeza era feita manualmente, com ferramentas parecidas com enormes peneiras. As águas de esgoto desses tanques recebiam tratamento químico com sulfato de alumínio e cal. Esses agentes reduziam os odores e aceleravam a descarga de sólidos suspensos. Depois do tratamento, o resíduo era descartado no mar.

Em meados de 1950, o tratamento de esgoto começou a receber mais investimentos, assim, entre 1970 e 1980 houve diversos esforços para reduzir a mortalidade por meio da higiene.

Em 2007 houve outro marco, com a lei Federal 11.445 promulgada, para promover o saneamento básico de forma legal, possibilitando os progressos para o setor.

Essa lei, também chamada de Lei Nacional do Saneamento Básico, o Plano Nacional de Saúde Básica (Plansab) também foi criado em 2013 e tinha o objetivo de universalizar até 2033 os serviços.

Com o passar dos anos, o sistema de tratamento de esgoto avançou e introduziu novas tecnologias. Porém, ainda é necessário bastante avanço.

Como funciona uma estação de tratamento de esgoto?

A água utilizada em residências, prédios comerciais e empresas tornou-se o chamado esgoto. Ao sair dos imóveis, será encaminhada ao esgoto. Dessa forma, o destino final é uma estação de tratamento de esgoto.

O ETE consiste, antes de tudo, na separação da parte sólida da líquida. Assim, são retirados materiais grosseiros, que são os objetos sólidos como plástico, papel, gordura e areia. O sistema geralmente é formado por grades e peneiras que fazem a retenção de materiais.

Em seguida, o esgoto entra na caixa que é projetada para remover os compostos sólidos. Eles podem ser retirados manualmente ou mecanicamente e depois descartados apropriadamente em aterros sanitários.

Os processos dependem do tipo de sistema de tratamento e são divididos em três tipos: primário, secundário e terciário, dependendo do grau de poluição a ser eliminado.

Sistema primário

No sistema primário, apenas o material em suspensão e a sedimentação são removidos do esgoto. Nesse ponto, apenas processos físicos, como decantação, são usados. Este é um método prático, deixando os componentes repousados, com isso, a sujeira se acumula, ou seja, eles atingem o fundo do recipiente. No final, o líquido é cuidadosamente drenado.

O material restante promove um resíduo, o lodo primário. É essencial remover esse material do sistema para não danificar as outras partes do tratamento. É evacuado por meio de um bombeamento para os locais onde será feita a desidratação, feitos por leitos para secagem, centrifugação, adensadores ou outros processos administrados pela empresa que fornece o serviço de tratamento.

Uma das técnicas utilizadas é a flotação, onde ocorre a separação físico-química pela adição de bolhas de ar à suspensão coloidal. As partículas suspensas colam nas bolhas de ar, sendo atraídas para a superfície. Desta forma, é formada uma espuma, que pode ser retirada da solução.

Nesta fase, comumente são aplicados separadores de óleo ou gordura e água, que são dispositivos que utilizam métodos físicos com o objetivo de separar os dois. A densidade é um fator importante, pois o óleo flutua na água. Esta etapa de limpeza é indispensável em esgotos provenientes de indústrias e locais destinados para lavagem de automóveis e máquinas, oficinas mecânicas, pois a água usualmente está contaminada com graxas e óleos.

Outro método é a eletrocoagulação. Isso fará com que os contaminantes se agrupem. Isso ocorre porque os campos elétricos torna possível a oxirredução, formando pilhas de poluentes.

Sistema secundário

No sistema secundário a matéria orgânica dissolvida é removida por processos biológicos. Isso é feito por um grupo de microrganismos, que se nutrirá do material orgânico existente, eliminando-a do esgoto. O propósito desse método é adiantar a decomposição dos detritos orgânicos que ocorrem naturalmente, mas em um ritmo mais lento. O material orgânico pode ser dissolvido em suspensão ou solúvel.

O processo biológico usado para eliminar a matéria orgânica, pode ser aeróbico, onde o oxigênio é necessário para ocorrer), ou anaeróbico, que não requer a presença de oxigênio. No anaeróbico, a matéria orgânica é transformada em gás carbônico e metano, que gera odores desagradáveis. O índice de remoção orgânica para esta etapa de processamento está entre 60 % e 75 %.

No caso de degradação de matéria orgânica por microrganismos aeróbicos, a matéria orgânica é convertida em gás carbônico e em água. Este processo é mais eficaz do que o uso anaeróbico. Assim, é necessário fornecer ventilação no sistema, através de difusores e também por sopradores de ar, isso é feito com consumo de energia elétrica, o que, consequentemente, possui custos mais altos.

As estações de tratamento de esgoto aderem ambos tipos de processos, isso é feito para obter maior eficácia operacional e, portanto, esgotos com baixos teores de matéria orgânica.

Sistema terciário

No sistema terciário são removidos do sistema compostos inorgânicos, como fósforo e nitrogênio. Assim, o tratamento concentra-se em contaminantes específicos que ainda não foram removidos pelos demais processos, como compostos, metais pesados, não biodegradáveis, nutrientes, entre outros.

Esse passo é usado quando é necessária a remoção de esgotos com industriais ou remoção de nutrientes em uma concentração que não pode ser alcançada somente pelo nível secundário.

Esse processo acontece com produtos químicos, físicos ou biológicos. Que envolve o uso de microrganismos ou bactérias. Neste último ponto, é preciso construir estruturas que proporcionem um ambiente favorável para que isso aconteça. A definição de qual processo escolher depende da qualidade exigida pelo esgoto que será tratado e dos estudos de viabilidade econômica e técnica.

Qual a importância de uma estação de tratamento de esgoto?

A ETE é responsável por receber os resíduos coletados no município e dar o tratamento adequado, que é o último passo no sistema de tratamento de águas residuais sanitárias. De maneira geral, pode-se dizer que uma correta administração do próprio esgoto garante uma melhor qualidade de vida para sua população. Por isso é essencial manter a manutenção da estação de tratamento de esgoto, como uma medida de controle da saúde.

Quais aspectos a estação de tratamento de esgoto impacta?

Os aspectos que a estação de tratamento de esgoto impacta estão relacionados a propagação de doenças, economia, meio ambiente e sustentabilidade. Veja os detalhes de cada um desses pontos:

Propagação de doenças

No fim, o tratamento da água evita a propagação de doenças, ou seja, doenças que utilizam o líquido como meio de propagação. Vários tipos de doenças podem ser trazidas de uma pessoa infectada para uma alguém saudável, isso ocorre por diversas vias, que envolvem, inclusive, excretas humanas.

O esgoto bruto contamina a água, alimentos, mãos, utensílios domésticos e solo, eles podem ser transportados inclusive por insetos, como baratas, moscas e roedores, ocasionando novas doenças infecciosas. Nessa hipótese pode-se citar hepatite, leptospirose, viroses, febre tifóide, disenteria, parasitas e outros.

Economia

Segundo a Organização Mundial da Saúde, para cada dólar investido em saneamento, os gastos com saúde são reduzidos em US$ 4. Isso também reitera que as comunidades com águas de tratadas são mais produtivas, perdem menos dias de trabalho e imóveis preciosos, o que tem um impacto positivo na economia.

Meio ambiente

Por isso é tão importante garantir a manutenção da estação de tratamento, e também torná-la acessível a regiões mais remotas do Brasil, visto que todos têm direito à segurança e à saúde.

Outro motivo importante para o tratamento de esgoto é proteger o meio ambiente. Poluentes não tratados no esgoto bruto afetam diretamente a qualidade da água e a sobrevivência dos organismos aquáticos.

Por exemplo, a putrefação natural da matéria orgânica leva à diminuição da concentração de oxigênio dissolvido, o que leva à morte do ecossistema aquático, peixes e outros organismos, escurecimento do oceano e odores desagradáveis. 

Também há a chance de eutrofização devido à presença de nutrientes provenientes de restos de alimentos e fezes. Isso faz com que as algas cresçam rapidamente, produzindo biotoxinas na água.

Sustentabilidade

Pensar no futuro e na conservação do recurso hídrico garantirá a sustentabilidade desse recurso para as gerações futuras. Hoje reconhecemos que a água não é um recurso natural infinito.

Apesar de renovável, pela capacidade de regeneração, em especial por meio da chuva, é utilizada numa proporção bem maior do que a natureza produz. Assim, se o esgoto não for tratado, pode ocorrer um desequilíbrio, afetando a vida das gerações futuras. Por esse motivo é extremamente importante para a manutenção da saúde.

Quais são as tendências e novidades no tratamento de efluentes?

O desenvolvimento de novas tecnologias é essencial para melhorar a eficiência dos serviços destinados ao saneamento básico. Dessa forma, o sistema de esgoto é bastante complexo, com uma rede de distribuição que pode se estender por dezenas de quilômetros. Para ampliar o leque de serviços para a população, otimizar o tratamento e reduzir custos, são necessárias soluções inovadoras.

Assim, empresas de saneamento buscam novos tipos de tratamento de efluentes para garantir alto desempenho operacional e eficiência na remoção de poluentes.

Muitos interessados emergiram neste setor na última década, que estão explorando e desenvolvendo novas soluções de tratamento, isso adiciona tecnologia aos processos tradicionais existentes, aumentando a produtividade e trazendo benefícios técnicos e econômicos para as empresas de saneamento.

A microfiltração e a ultrafiltração, reatores de leito móvel com biofilme (MBBR) e método aeróbico de lodo granular estão entre as tecnologias. Curiosamente, elas podem ser postas separadamente ou em conjunto para melhorar os processos convencionais dependentes da demanda para o tratamento de águas residuais.

O lodo é um problema no saneamento no Brasil, pois a maioria dos municípios não possuem aterros sanitários licenciados. Por esse motivo, as empresas têm procurado alternativas para promover o desaguamento do lodo, uma vez que será necessário um menor volume. No entanto, esse processo geralmente requer eletricidade. Isso aumenta o custo da operação.

Para solucionar essa questão é necessário gerar eletricidade por meio das próprias estações de tratamento, por exemplo, com o uso do biogás produzido em reatores para gerar eletricidade, que é aplicada no próprio local ou para alimentar a rede pública.

Também há a planta de biometano, que está em estudo para o uso em automóveis, algo inédito no Brasil. A energia é produzida com o biogás, produto resultante do tratamento de efluentes. Em média, a usina pode conseguir produzir 1.500 Nm³ de biometano por dia, energia equivalente a 1.500 litros de gasolina comum.

Outra medida interessante foi implementada em áreas remotas, onde o tratamento de águas do esgoto é mais complexo e mais escasso. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) projetou uma fossa séptica de biodigestão que pode tratar efluentes provindos dos vasos sanitários de forma direta.

Dessa forma, é possível produzir material que é usado para fertilizar o solo. O sistema é recomendado para moradias com até 5 pessoas e o único requisito para que este sistema funcione é a adição mensal de uma mistura de água e esterco fresco de boi.

Esse processo provê nutrientes para as bactérias presentes no ambiente para que possam degradar os resíduos e transformá-lo em adubo para o solo. O ponto positivo é que a fossa é barata, fácil de instalar e ainda não gera odores desagradáveis.

Pode-se dizer que o processo realizado na estação de tratamento de efluentes é longo e bastante complexo, gerando custos significativos para a empresa de tratamento. No entanto, os procedimentos podem remover contaminantes que representam um risco para o meio ambiente e os animais humanos das águas residuais e devolvê-los à natureza sem efeitos adversos.

Quais cuidados devem ser tomados pelos moradores?

Além disso, é importante que os moradores colaborem com todo o processo. Saber quais os passos necessários para evitar o entupimento dos esgotos é um passo essencial para contribuir com a sua manutenção adequada. Isso é feito por meio do descarte correto dos alimentos, de detritos, lixos e sujidades, para que as mesmas não atinjam o esgoto. Isso é primordial para manter o sistema equilibrado e evitar sérias consequências.

Por isso, alguns cuidados podem ser tomados para evitar problemas com a rede de esgoto, seguindo esse passo a passo, ficará mais fácil manter o sistema funcionando por mais tempo, com grande eficiência e produtividade. Confira as dicas como:

  • deixe sempre o coletor de gordura próximo à pia da cozinha, pois se acumular gordura será mais fácil limpá-lo e desentupir o ralo;
  • invista em sistemas que tenham sifão para reter a sujeira;
  • evite jogar restos de alimentos, e qualquer tipo de detrito em vasos sanitários, ralos e pias; 
  • evite descartar lixos, como: plásticos, papéis, cigarros, fraldas e qualquer objeto em pias, ralos e vasos sanitários;
  • descarte o óleo de cozinha de forma separada, e não em ralos e pias; 
  • confira o imóvel está interligado de forma correta à rede de esgoto.

É essencial prestar atenção a cada passo demonstrado, como forma de prevenir entupimentos e riscos ao meio ambiente. Caso haja obstruções, chamar uma empresa especialista na área é a melhor solução, pois isso evita situações muito mais complexas.

Também é necessário realizar a limpeza correta da estação de tratamento e dos esgotos, para que seja tratado da forma correta e evite contaminações ao meio ambiente. A empresa contratada terá equipamentos suficientes para lidar com a limpeza e realizar a manutenção do sistema.

Esse processo é importante e deve ser feito por uma equipe responsável, que saberá a melhor forma de realizar o conserto de cada um dos itens, manter o esgoto em pleno funcionamento e evitar a contaminação do local. Isso previne grandes danos ao ambiente, como enchentes, vazamentos, proliferação da contaminação e risco à saúde do local, oferecendo alto risco aos moradores.

Por todos esses motivos a empresa contratada deve ter reconhecimento no mercado, boas indicações, equipe com profissionais adequados e certificações que garantem o trabalho eficiente. Isso torna todo o trabalho mais eficaz, duradouro e seguro.

Por conseguinte, o post falou sobre como a estação de tratamento é essencial para o saneamento básico. Isso porque ela é responsável por fazer o tratamento da água, antes dela voltar ao meio ambiente. Assim, o correto tratamento dos efluentes é primordial para a manutenção do saneamento básico, evitando a proliferação de doenças na comunidade.

Por esse motivo, novas tecnologias estão em constante estudo para tornar possível o acesso ao saneamento básico para regiões remotas do Brasil de forma democrática. Isso garante que todos tenham acesso a condições mais adequadas de saúde pública, independentemente da localização da sua moradia. Porém, ainda há muito a ser feito e implementado.

O saneamento básico é uma preocupação nacional desde muito tempo, com o passar dos anos e novas tecnologias, ele vem evoluindo muito, porém, é necessário que as empresas responsáveis acompanhem toda a evolução mercadológica e tecnológica nesse sentido, para que as técnicas, equipamentos e processos acompanhem o que há de mais moderno no mercado.

Isso facilita todo o processo da estação de tratamento, o chamado ETE, e a torna mais eficiente, segura, duradoura e produtiva, de acordo com o seu objetivo a ser atingido, como: social, ambiental e econômico.

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